A Importância da Formação Religiosa Infantil

3 gerações - Mãe - Tia - Sobrinha
Desde os tempos imemoriais, a humanidade procurou registrar pela escrita os acontecimentos, idéias, ensinamentos, experiências e símbolos que marcam a sua passagem pelo tempo. As civilizações extintas continuam a falar através dos diversos tipos de escrita que deixaram.
Este foi o problema com a memória de nossa Umbanda: pelo menos 1000 anos de tradições africanas, se perderam com a escravidão no Brasil. Somente com a popularização de nossa religião e com a luta contra o preconceito conseguiremos ser respeitados pela má informação.
Hoje temos mais facilidade para falarmos de Umbanda e de cultos Afro-Brasileiros que no passado. Portanto, maior responsabilidade com nossas crianças, podemos torná-los atuantes em nossas vidas e aprofundá-los nos ensinamentos em comunhão com nossos irmãos.
Vamos incentivar o hábito da boa leitura nas novas gerações, especialmente em leituras que impulsionem o progresso espiritual.
A Formação Religiosa Infantil pode:· Promover o desenvolvimento sadio e integral da criança
· Proporcionar o gosto pela vida em fraternidade, em condições de relacionamentos consigo e com as outras pessoas.
· Sensibilizar a criança para as questões sociais, culturais, políticas e econômicas, despertando uma visão crítica da realidade.
· Despertar o espírito de liderança.
· Despertar o compromisso religioso, na vivência da espiritualidade umbandista, cultivando o espírito da meditação.
· Despertar para o relacionamento construtivo da vida familiar.
Sugestões para criar uma boa aula:
Cada lenda de Orixás oferece uma infinidade de materiais para pesquisa que podem ser adaptadas conforme a idade e a série:
· Utilizar-se de instrumentos musicais com pontos cantados para contar a história.
· Pesquisar e construir outros instrumentos africanos (sucata, maquetes de terreiros)
· Destacar palavras que apareçam no texto pesquisar em dicionários e criar outras histórias utilizando-se das palavras africanas.
· Criar um banco de palavras de origem africana, ensaiar encenações das lendas, corais de pontos cantados.
· Elaborar explicações simples do ponto riscado.
· Preparar receitas de comidas de Orixás para degustar com os alunos.
Para o desenvolvimento da aula:
· Fazer um estudo da realidade: Levantamento sobre as religiões Afro existentes no Brasil e identificar suas origens
· Correlacioná-las com fatos histórico, entrevistas com pais-de-santo, ogãs, ekedis,... e fazer levantamentos bibliográficos.
Diagnóstico e resultados:
· Exposição dos resultados conquistados pelos estudantes.
· Criar uma graduação para a criança dentro da tenda (assim como: cambono mirim, curimba mirim...)
Muitas vezes não damos conta da importância da palavra em nossas vidas, às vezes, pela pressa, às vezes pela calmaria. Não há depressão que resista a uma boa leitura, a uma boa conversa. Pense nisso, os orixás agradecem.

Feliz Ano Novo

Pode parecer surpreendente, mas nós comemaramos o ano novo agora, quase três meses depois do celebrado pelo calendário Gregoriano. A verdade é que a data primeiro de janeiro, que marca o início de um novo ano, é extremamente arbitrária e artificial. O certo é fazer coincidir o princípio do ano com o início da primavera, inaugurando assim o ciclo das estações.
Como sabemos, o primeiro dia de primavera é também o primeiro dia em que começa o primeiro signo do zodíaco solar: "Áries". Baseados neste fato, muitos cultos e sociedades esotéricas, marcam o dia 21 de março como início de seu calendário, assim, o ano segue um processo natural tanto na sua seqüência estacional como na seqüência zodiacal. Desta maneira acompanham os esquemas das antigas tradições européias, especialmente no que concerne aos cultos sagrados. Os dias que antecediam ao equinócio vernal (entrada da primavera) eram considerados, na antiguidade, como os dias de purificação.
Um símbolo que deveria estar relacionado com esta celebração é o da roda. O valor da roda é o de lembrar um processo cíclico, neste caso a roda das estações ou a roda do zodíaco, que como já dissemos, se inicia nesta data. Ela trás em si o significado oculto da renovação, do começo de um ciclo novo com toda uma série de novas possibilidades. A natureza renasce, o mundo revive a força ativa que estava adormecida no silêncio do inverno, é o despertar de um novo para a vida.
Esta celebração se faz, quando é possível, ao ar livre. Basta colocar sobre o altar um disco ou uma roda de 8 raios,que é um símbolo arcaico da natureza, que está vinculada a um sem número de chaves dentro do conhecimento oculto. Os antigos druidas a adoravam igualmente, eles abriam 8 portas cósmicas ao longo do ano, o que relacionaria igualmente o ciclo, ou a roda, com a idéia de uma divisão óctupla. No cristianismo, surgiram ao redor deste eixo equinocial toda una série de festividades que colocam em destaque o ciclo pascoal. É também curioso comprovar que as celebrações do mês de maio, em pleno esplendor da primavera e da natureza, sucedam exatamente quarenta dias depois do dia 21 de março, sendo a quarentena o tempo de descanso necessário depois do parto, fato que nos permite associar esta festividade com o parto da mãe natureza. Nossa páscoa conserva alguns vestígios desta mescla. O primeiro ligado ao equinócio de primavera, o ovo do mundo está a ponto de abrir-se e gerar, bem no momento em que se manifesta a deusa Ostara (pascoa), em alemão Ostern e em inglês Eastern, ou seja, a que vem do Este.
Na América se manteve a tradição de dar ovos na Páscoa. Mas, com a chegada dos novos tempos o ovo real foi sendo substituído por sua reprodução em chocolate, alegrando adultos e crianças. Porém, porque um ovo? A razão está em seu valor simbólico, o ovo é símbolo daquilo que ainda não existe, porém, que contém em seu interior, a essência da vida prestes a se manifestar. É igual a uma semente que contém aquilo que deverá germinar e crescer a partir dela. A semente, o ovo, o óvulo e a bolsa que se forma dentro da mãe tem o mesmo simbolismo, o daquilo que permanecia submergido na noite (a terra, a casca, o inverno, a não existência, ...) e de repente brota para a vida.
Vemos desta maneira, que a sabedoria da tradição humana, regulou por milênios o comportamento dos homens procurando mantê-los sintonizados com os ciclos vitais da mãe natureza.. Agiam assim em todos os detalhes, da limpeza preliminar e dos preparativos, à celebração ritualística, tudo no devido momento em que toda a natureza enche-se do espírito da fertilidade.

As sementinhas de nosso jardim


Criança Erê, criança Erê!
Pra receber uma graça!
Eu vou fazer numa praça
Uma homenagem a você,
Êh! Erê, o quê mais quererê
Erê quer o quê?
Quero mais bala,
Vamos comprar bola
Acende uma vela
Me leva pra escola
E nunca na vida nos deixe sozinhos
E nunca na vida nos deixe sozinhos
Bis {Queremos comida
E muito carinho,
Brinquedos e bebidas
Pra alegrar o nosso ninho
E nunca na vida nos deixe sozinhos

E nunca na vida nos deixe sozinhos
E nunca na vida nos deixe painho.

Êh! Erê.

Um conto de Ogum

Sexta - feira, todos se aprontam é mais um dia de atendimento no terreiro, a esposa Mãe Pequena, sempre preocupada em chegar mais cedo para preparar a casa e acompanhar os irmãos de Fé, no Templo a Yalaô sempre rígida com horários pontualmente inicia as sessões:
_Nossos irmãos têm compromissos, não tem a noite toda para aguardar médiuns de “Má Vontade”. E os Guias Espirituais, acham que estão à nossa disposição? Horário é horário.
Neste, dia seu marido também médium da casa, teve problemas (dia difícil), chega em cima da hora, sem suas vestimentas e sem chave de casa para se preparar, então pede auxílio a sua esposa que percebendo a sua agitação o acompanha de volta logo ali pertinho.
Em casa o marido diz:
_Hoje estou muito cansado não vou trabalhar.
Ela logo se apressa para ir sozinha, mas de repente o marido muda de idéia:
_Não! Aguarde, só vou fazer um lanche, um banho, ponho uma roupa leve branca e ao menos vou auxiliar.
Assim juntos retornam, a sessão já havia se iniciado e os médiuns estavam batendo cabeça, ela prepara-se e entra a tempo de bater cabeça, era gira de Ogum a casa estava cheia e havia muito a ser feito. Após a gira de desenvolvimento os Ogãs já em ritmo total cantam os pontos de Ogum, a Mãe Pequena aguarda um pouco mais antes de dar passividade a seu guia, observa se tudo está bem, olha ao redor e num relance vê seu marido já incorporado com sua espada astral em punho girando em frente ao gongá.
E pensa consigo mesma:
_Ué! Ele não queria incorporar.
Lá longe, pouco antes de receber seu guia, ouve uma voz ao fundo que diz:
_ “Filho de Umbanda não tem que querer”

Iançã


Iemanjá


Visita ao Museu Afro Brasil

Sim Acreditamos na África!
O Museu Afro Brasil, está aberto há três anos no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e é formado por 4 mil peças da coleção particular de Emanuel Araújo, artista plástico, curador e diretor do museu, o espaço é considerado parada obrigatória para explicar a importância do negro na formação da sociedade brasileira e um ótimo ponto de partida para desenvolver trabalhos ligados à história africana e afro-brasileira. Logo no início as crianças vão se surpreender com uma instalação que reproduz o ambiente de um navio negreiro, o meio de transporte que representou a morte para muitos durante a travessia do Atlântico. Organizado em seis núcleos temáticos, o acervo tem
preciosidades, como máscaras e estátuas religiosas, vestimentas, patuás e outros objetos sagrados do candomblé, pinturas e esculturas inspiradas no continente negro. Também foram expostas diversas ferramentas de trabalho, provas concretas de que os africanos não foram trazidos para o Brasil só por causa dos músculos fortes que possuíam, mas sim porque dominavam técnicas de agricultura, mineração, ourivesaria e metalurgia como ninguém - e isso fez muita diferença na construção de nossa cultura. Antes de visitar o Museu Afro Brasil, é importante contar que no local não há só objetos de tortura de escravos - como imagina o senso comum. Vemos que predominam peças ligadas mais à sonoridade do que à escrita - marco da cultura africana. Durante o passeio, as crianças entenderão o conteúdo por meio da contação de histórias e do colorido das peças de artistas que se inspiraram na riqueza do traçado africano em diversas épocas.
CONTATO Museu Afro Brasil, Av. Pedro Álvares Cabral, s/no, Pavilhão Manoel da Nóbrega, Parque do Ibirapuera, portão 10, 04094-050, São Paulo, SP, tel. (11) 5579-0593. Ingressos grátis (de terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. Escolas, de terça a sexta-feira, das 9 às 16 horas)
Dúvidas e sugestões escrevam para: magazen@ig.com.br