Eles foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões.
Desesperadas,
as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o
diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete
que se todos se salvassem ela seria serva de Jesus, e jamais andaria com
a cabeça descoberta em sinal de respeito.
Milagrosamente,
a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano
e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida
Saintes-Maries-de-La-Mer.
Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias.
Então
nasceu a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a
peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se
quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz:
Dalto chucar diklô (Te darei um bonito lenço)
Além
de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas
ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que
não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se
concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no sul
da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como
oferenda um diklô, o mais bonito que encontrassem.
E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.
Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio
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